O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou acabar com a Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA, na sigla em inglês), acusando o órgão de não fazer seu trabalho.
“A FEMA simplesmente não fez o trabalho. E estamos analisando o conceito completo da FEMA. Gosto, francamente, do conceito de que quando a Carolina do Norte é atingida, o governador cuida disso. Quando a Flórida é atingida, o governador cuida disso, ou seja, o estado cuida disso”, destacou em visita a áreas afetadas pelo furacão Helene na Carolina do Norte.
Em entrevista à CNN, Deanne Criswell, ex-chefe da FEMA, afirmou que há muitos mal-entendidos sobre as funções da agência. Saiba mais abaixo sobre a FEMA e seu trabalho.
A Agência Federal de Gestão de Emergências é a agência do governo dos EUA que tem o objetivo de ajudar os cidadãos antes, durante e depois de desastres, incluindo furacões, tornados, terremotos e inundações.
Sua reputação foi abalada pela má gestão do furacão Katrina em 2005.
A FEMA tem uma força de trabalho de 20 mil pessoas, que pode aumentar para mais de 50 mil integrantes ativos durante grandes desastres, de acordo com seu site. Ela tem 10 escritórios regionais e capacidade para coordenar recursos de todo o governo federal.
Oficialmente criada em 1979, tornou-se parte do Departamento de Segurança Interna dos EUA em 1° de março de 2003.
Como a FEMA atua?Segundo o site da agência, ela tenta construir uma cultura de preparação nacional por meio do engajamento ativo da comunidade, treinamentos, educação e planejamento.
Ela também ajuda a indicar o risco de áreas que podem ser atingidas por desastres como inundações, por exemplo, e fornecer ferramentas e recursos, incluindo mapas.
O Programa Nacional de Seguro contra Inundações (NFIP) é gerenciado pela FEMA, por exemplo.
O órgão também auxilia comunidades programas de subsídios emergenciais ou relacionados a desastres.
Os subsídios apoiam “governos estaduais, locais, tribais e territoriais, certas organizações privadas sem fins lucrativos, indivíduos e instituições de ensino superior em iniciativas de recuperação, pesquisa e muito mais”, segundo o site da agência.
Visão de drone de uma empresa danificada ao redor do cais de pesca de Cedar Key após o furacão Helene em Cedar Key, Flórida, EUA 28/09/2024 • REUTERS/Marco BelloAlém disso, a FEMA coordena a resposta federal a desastres que recebem uma declaração de desastre presidencial. “Trabalhamos em estreita colaboração com autoridades em estados, nações tribais e territórios conforme eles respondem aos desastres e fazem solicitações de apoio federal”, explica o órgão.
Quando um desastre acontece, autoridades do governo local revisam os danos para determinar a extensão e seu impacto. Se for determinado que precisam de assistência federal, eles enviam uma solicitação de declaração de desastre federal.
Todas as declarações de emergência e grandes desastres são feitas exclusivamente a critério do Presidente dos Estados Unidos, ainda segundo a FEMA.
Após os desastres, a Agência Federal de Gestão de Desastres auxilia as comunidades e governos locais, por exemplo, com “roteiros de recuperação” e kits de ferramentas de gerenciamento comunitário.
Em entrevista à CNN, Deanne Criswell, atribuiu certas tarefas, como a limpeza de escombros, a outras agências federais, como o Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA, que tirou escombros em desastres recentes. Os estados não podem ativar esses recursos por conta própria.
Críticas contra a FEMAA agência de gestão de desastres dos EUA tem sido muito criticada pelo seu trabalho contra os impactos de alguns furacões, incluindo em Porto Rico, em 2017, quando o território foi atingido pelo furacão Maria.
Moradores acusaram Trump, que era presidente à época, de ser lento para enviar ajuda após o Maria e por comentários públicos quando ficou claro que o território dos EUA havia sido devastado.
Além disso, em 2005, o furacão Katrina atingiu Nova Orleans e inundou partes da cidade enquanto os moradores se aglomeravam em abrigos mal preparados.
O Katrina devastou a costa do Golfo do México e causou mais de 1.800 mortes. Também destruiu a reputação da FEMA, que foi duramente criticada.
*com informações da Reuters