A colheita da safra 2024/25 de soja no Brasil está praticamente no fim. Segundo relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado com dados até o dia 3 de maio, 97,7% da área total plantada já foi colhida. Um avanço em relação à semana anterior, quando o índice era de 94,8%. Comparado ao mesmo período de 2023, estamos à frente: naquela ocasião, a ceifa alcançava 94,3%. A média dos últimos cinco anos para essa época do ano é de 96,3%.
Apesar do bom desempenho nacional, os números escondem um Brasil desigual — e impactado por uma velha conhecida do produtor rural: a instabilidade do clima.
Entre veranicos fora de hora, excesso de chuvas em algumas regiões e estiagens prolongadas em outras, o clima tem colocado travas nos pneus das colheitadeiras. Em estados como Maranhão, por exemplo, apenas 73% da área foi colhida até o início de maio — um atraso considerável diante dos demais.
Santa Catarina e Rio Grande do Sul também seguem atrás, com 90% e 92% da colheita finalizada, respectivamente. Os gaúchos, que já enfrentaram secas e enchentes nos últimos ciclos, agora lutam contra janelas curtas de tempo firme para avançar com segurança nas lavouras.
No coração da produção nacional, a história é outra. Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e o vizinho Tocantins já encerraram os trabalhos, junto com São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Bahia e Piauí praticamente finalizaram também, com 99% da área colhida.
A eficiência nesses estados tem puxado para cima o desempenho nacional, dando fôlego aos estoques e tranquilidade aos agentes do mercado.
A Conab reforça que o monitoramento da colheita é essencial não só para o governo traçar políticas públicas e estratégias de abastecimento, mas também para que você, produtor, tenha mais segurança na tomada de decisões: do momento de vender à escolha da próxima cultura a entrar na área.
Segundo o órgão, a liberação dos dados semanais serve para sinalizar tendências, alertar sobre atrasos e, principalmente, ajudar o setor a se antecipar aos imprevistos — algo que, como sabemos, é quase um mantra no campo.
“A disponibilidade de grãos depende da sazonalidade, do calendário agrícola de cada região e de fatores como o clima, o ciclo das lavouras e até a mão de obra disponível”, destaca a Conab. Mesmo com atrasos pontuais, o Brasil caminha para encerrar a safra de soja com mais um marco expressivo de produção.