O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), usou as redes sociais nesta segunda-feira (26) para criticar o que chamou de gastos “sem freio” do Executivo.
“A Câmara tem sido parceira do Brasil ajudando a aprovar os bons projetos que chegam do Executivo e assim continuaremos. Mas quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor. O Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar. O Brasil não precisa de mais imposto”, escreveu no X (antigo Twitter).
Bom dia e boa semana! Lembrando o que disse logo que assumi: o Estado não gera riqueza – consome. E quem paga essa conta é a sociedade. A Câmara tem sido parceira do Brasil ajudando a aprovar os bons projetos que chegam do Executivo e assim continuaremos. Mas quem gasta mais do…
— Hugo Motta (@HugoMottaPB) May 26, 2025
A declaração ocorre após a oposição na Câmara e no Senado apresentarem projetos que buscam derrubar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A medida foi anunciada pelo governo na última quinta-feira (22) e não foi bem recebida pelo mercado. O Ministério da Fazenda, então, recuou em parte do decreto e cancelou o aumento do imposto para investimentos de fundos nacionais no exterior.
Oposição reage para barrar IOF No dia seguinte, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, convocou uma coletiva para explicar o recuo.
Segundo ele, governo optou por revogar parte das medidas arrecadatórias relacionadas ao IOF para “evitar especulações”.
Ainda na quinta-feira, o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Zucco (PL-RS), apresentou um Projeto de Decreto Legislativo para sustar o aumento nas alíquotas do imposto.
No dia seguinte, em nota, Zucco afirmou que também pediu pela convocação de Haddad para prestar esclarecimentos.
“Protocolei imediatamente um requerimento de convocação do ministro Fernando Haddad, que terá que ir ao Parlamento explicar essa barbeiragem – uma manobra tão desastrosa que, poucas horas depois da repercussão negativa, obrigou o próprio governo a recuar de parte das medidas anunciadas”, afirmou Zucco em nota.
O pedido de convocação foi apresentado na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC). Haddad irá prestar esclarecimentos a Câmara dos Deputados no dia 11 de junho.
“Não aceitaremos recuos parciais. Não aceitaremos migalhas. O recuo tem que ser total. Nenhuma dessas medidas pode permanecer de pé”, disse o líder da oposição.
A convocação do ministro já estava agendada, mas com o objetivo de discutir o projeto de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e crédito consignado para o trabalhador CLT. Agora, o IOF também terá destaque na oitiva de Haddad.
O nome mais cotado pela oposição para relatar a proposta é o do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
No Senado, o líder da oposição Rogério Marinho (PL-RN) também reforçou a ofensiva para derrubar o aumento do IOF. Ele apresentou projeto semelhante ao da Câmara.
A proposta é sustar o decreto do Executivo que elevou o IOF e a outra norma publicada pouco depois para revogar parte das primeiras medidas divulgadas. Para Marinho, o recuo mostrou “improviso, falta de estudos técnicos e total ausência de articulação institucional”, por parte do Executivo.
Nesta segunda-feira (26), durante a manhã, Hugo Motta estará presente no Seminário Internacional de Segurança Pública, Direitos Humanos e Democracia, em São Paulo. Na parte da tarde, ele participa de um evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).