A Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, disse nesta sexta-feira (30) que o ritmo de crescimento da economia brasileira no segundo semestre sentirá os efeitos da política contracionista do Banco Central. Para 2025, a pasta manteve a projeção de alta de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Para a segunda metade do ano, a perspectiva é de que o ritmo de crescimento se mantenha próximo à estabilidade na margem, repercutindo os efeitos contracionistas da política monetária”, afirma.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 1,4% no primeiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (30).
De acordo com o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, o patamar elevado da taxa básica de juros, já tem contribuído para a moderação do crescimento da economia brasileira. Em decisão unânime, o colegiado elevou a Selic a 14,75% ao ano na última reunião, o maior patamar em quase 20 anos.
No total, o PIB do primeiro trimestre foi de R$ 3 trilhões, impulsionado pelo setor agropecuário, que avançou 12,2% de janeiro a março deste ano, na série com ajuste sazonal.
A alta expressiva no agronegócio está relacionada ao novo recorde projetado para a safra de grãos esse ano, com crescimento expressivo da produção de soja, arroz, e milho, lavouras colhidas majoritariamente no primeiro trimestre.
“A partir do segundo trimestre de 2025, a contribuição do setor agropecuário para o crescimento deverá se tornar negativa, junto com a redução no ritmo de expansão de atividades cíclicas na comparação interanual”, diz.
O crescimento do primeiro trimestre também foi influenciado positivamente pela alta no setor de serviços (0,3%). Já a indústria (-0,1%) não mostrou variação significativa.
De acordo com a SPE, o resultado do primeiro trimestre foi “levemente abaixo do esperado”. A pasta projetava que a economia avançasse 1,6% nos três primeiros meses do ano.
“Mesmo com o resultado levemente abaixo do esperado para o crescimento no primeiro trimestre, a SPE segue projetando alta de 2,4% para o PIB de 2025, considerando a resiliência que vem sendo observada tanto no mercado de trabalho como de crédito”, diz.