O primeiro caso de gripe aviária confirmado em uma granja comercial no Brasil deve trazer um alívio para o bolso do consumidor brasileiro. A principal consequência, aponta o Citi em relatório aos clientes, é um impacto de queda de preços no curto prazo nos preços, começando pelo frango e reverberando até na carne bovina.
Com menos frango saindo do Brasil, a oferta no mercado interno tende a aumentar significativamente. O Citi lembra que, nos primeiros quatro meses de 2025, o Brasil exportou 1,7 milhão de toneladas de frango, e a China absorveu sozinha quase 200 mil toneladas.
Ainda que grandes nomes do setor tenham capacidade de redirecionar a produção ou possam aumentar estoques, a expectativa é que as prateleiras brasileiras recebam um volume extra da proteína.
Com o frango mais barato, o Citi prevê outro movimento: a migração de consumidores entre proteínas. Com isso, a carne bovina, especialmente os cortes mais baratos, deve sentir o golpe. O banco espera menor procura por esses cortes bovinos – o que também pode reduzir o preço do gado pontualmente e no curto prazo.
O mercado futuro já começa a mostrar essa reação. Os contratos de boi gordo para maio e outubro já registraram queda, rompendo a casa dos R$ 300 e R$ 330 por arroba, respectivamente. Os contratos, destaca o Citi, operam no menor preço desde o início de março.
A partir desse prognóstico, os analistas do banco americano citam que o cenário futuro passa a depender de dois fatores cruciais. ‘
O primeiro – e mais importante – é a rapidez na retomada das exportações. “Se a pausa nas exportações terminar em 60 dias — como ocorreu durante o episódio de Newcastle — a normalização do mercado poderá ocorrer rapidamente”, cita o relatório.
Outro fator diz respeito à estratégia dos produtores de aves diante da queda das margens. Se essa margem apertada for duradoura, é possível que a produção futura seja diminuída, o que pode pressionar, para cima, os preços de ovos e frango no médio prazo.
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