Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, com diâmetro aproximadamente 11 vezes maior que o da Terra. Além disso, possui o campo magnético mais intenso entre os oito planetas do sistema. Agora, um novo estudo sugere que Júpiter já foi duas vezes maior do que é hoje e teve um campo magnético ainda mais forte.
Saiba também: Campos magnéticos mais poderosos do universo podem estar na Terra, diz estudoDe acordo com um artigo publicado na revista Nature Astronomy, uma equipe de pesquisadores sugere que, bilhões de anos atrás, Júpiter tinha um campo magnético mais forte e era muito maior. Segundo o artigo, esse cenário ocorreu cerca de 3,8 milhões de anos após a formação dos primeiros corpos sólidos do Sistema Solar.
Para chegar a esse resultado, os cientistas estudaram as luas Amalteia e Tebe, de Júpiter. A partir das órbitas inclinadas dessas luas, eles identificaram discrepâncias que podem revelar o tamanho original do planeta. Além de um campo magnético cerca de 50 vezes mais intenso, Júpiter tinha um raio entre 2 e 2,5 vezes maior que o atual e um volume equivalente a duas mil vezes o da Terra.
Ao estudar a dinâmica orbital dessas luas e a conservação do momento angular de Júpiter, os pesquisadores calcularam que houve um ponto de transição crucial, responsável por moldar a estrutura que conhecemos hoje. Diferentemente de alguns outros estudos sobre a formação de Júpiter, eles utilizaram dados reais dessa dinâmica.
Isso ocorreu quando a nebulosa protoplanetária do Sol, um disco de materiais remanescentes da formação do Sistema Solar, evaporou completamente.
A animação apresenta Júpiter durante uma captura realizada pela sonda Voyager 1, da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA). (Fonte: NASA / JPL-Caltech)”Nosso objetivo final é entender de onde viemos, e identificar as fases iniciais da formação planetária é essencial para resolver o quebra-cabeça. Isso nos aproxima da compreensão de como não apenas Júpiter, mas todo o sistema solar tomou forma”, disse o coautor e professor de ciência planetária no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), Konstantin Batygin.
Júpiter com o dobro de tamanhoEm um comunicado oficial, os autores afirmam que o estudo não diverge das atuais teorias sobre a formação planetária de Júpiter, mas adiciona dados que podem ser cruciais para entender melhor como esse e outros planetas gigantes se formaram.
O artigo destaca que os dados utilizados sobre as luas de Júpiter são precisos e não dependem de suposições sobre as características desses satélites ou sobre o próprio planeta. Inclusive, a pesquisa foi baseada em modelos fundamentais reais utilizados para compreender as condições orbitais e magnéticas do início de Júpiter.
A ilustração mostra como funciona o campo magnético emitido por seus polos, indicados pelas listras azuis nas “pontas” do maior planeta do Sistema Solar, Júpiter. (Fonte: Caltech / K. Batygin)Ainda são necessários mais estudos para compreender completamente a dinâmica da formação inicial de Júpiter, mas Batygin esclarece que a pesquisa pode ajudar a entender um pouco mais sobre os estágios iniciais que formaram o maior planeta do Sistema Solar. Para ele, as descobertas podem contribuir para compreender melhor o processo de evolução do nosso sistema.
Descubra: O sistema solar já teve 15 planetas orbitando o Sol? Onde eles foram parar?“Aqui mostramos que, ao analisar simultaneamente a dinâmica dos satélites (luas) de Júpiter e o seu balanço de momento angular, é possível inferir o raio e o estado interno de Júpiter na época da dissipação da nebulosa protossolar”, a introdução do estudo explica.
Júpiter é tão grande que seu diâmetro ultrapassa 140 mil quilômetros, um verdadeiro gigante em comparação com a Terra. Quer saber mais? Entenda quanto tempo levaria para um avião comercial cruzar Júpiter. Até a próxima!