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Igreja Católica está falhando com vítimas de abuso, diz relatório do Vaticano

Igreja católica de Portugal anuncia que vai indenizar vítimas de abuso sexual Um relatório divulgado pelo próprio Vaticano nesta quinta-feira (16) afirma qu...

Igreja Católica está falhando com vítimas de abuso, diz relatório do Vaticano
Igreja Católica está falhando com vítimas de abuso, diz relatório do Vaticano (Foto: Reprodução)

Igreja católica de Portugal anuncia que vai indenizar vítimas de abuso sexual Um relatório divulgado pelo próprio Vaticano nesta quinta-feira (16) afirma que a Santa Sé está falhando com as vítimas que denunciaram ter sido vítimas de abuso de membros da Igreja. No documento, de mais de 100 páginas, a Comissão de Proteção à Criança do Vaticano, que foi criada pelo falecido Papa Francisco em 2014, critica o alto escalão por não agir com rapidez suficiente para ajudar as vítimas e para implementar novos esforços de proteção em todo o mundo. Segundo o relatório, a Igreja deve fornecer informações às vítimas sobre como suas denúncias de abuso estão sendo tratadas e se denunciados estão sendo sido punidos: "Em muitos casos... as vítimas/sobreviventes relatam que a Igreja respondeu com acordos vazios, gestos performativos e uma recusa persistente de se envolver com as vítimas/sobreviventes de boa fé". O Vaticano raramente divulga as razões para a remoção de um bispo, mesmo em casos envolvendo abuso, preferindo dizer simplesmente que o papa aceitou sua renúncia. "A falta de responsabilidade dos líderes da Igreja foi uma questão frequentemente levantada pelas vítimas/sobreviventes. A Comissão enfatiza a importância de comunicar publicamente os motivos da renúncia e/ou remoção, quando a decisão estiver relacionada a casos de abuso ou negligência", orienta o documento. Basílica de São Pedro, no Vaticano Arquidiocese de Rio Preto/Divulgação Há décadas, a Igreja Católica vem sendo abalada por escândalos envolvendo abuso e acobertamento em todo o mundo, prejudicando sua credibilidade e custando-lhe centenas de milhões de dólares em acordos. A comissão, criada por Francisco para melhorar essa resposta, foi abalada pela renúncia de vários de seus membros ao longo dos últimos 11 anos e só publicou seu primeiro relatório anual no ano passado. O novo, divulgado nesta quinta, tem como tema principal a questão das reparações para as vítimas de abuso, mas também avalia os esforços de proteção da Igreja em 22 países e em um alto departamento do Vaticano. O departamento pesquisado é o Dicastério para a Evangelização, que é responsável por supervisionar as operações da Igreja na maioria das nações em desenvolvimento. O relatório afirma que o dicastério tem apenas um funcionário encarregado de lidar com questões de proteção e que a falta de clareza na distribuição do trabalho em casos de abuso com outros departamentos do Vaticano "pode criar confusão e atrasos no início das investigações e no tratamento das queixas". Entre os países avaliados está a Itália, que o documento afirma que tem demorado a lidar com essas questões de abuso por parte do clero. Segundo os dados, um questionário sobre práticas de proteção enviado a todas as 226 dioceses católicas da Itália só foi respondido por 81 delas. A Coreia do Sul, outro país avaliado, teve 100% de participação. A comissão antiabuso é a primeira do gênero na Igreja Católica. Francisco, que morreu em abril, fez do combate ao abuso por parte do clero uma prioridade de seu papado de 12 anos. Uma das principais reformas foi a criação de um sistema global para os católicos denunciarem suspeitas de abuso ou acobertamento por parte dos bispos. O Papa Leão XIV, eleito em maio para substituir Francisco, reuniu-se várias vezes com os membros da comissão e nomeou um novo presidente para o grupo, um arcebispo francês, em julho. LEIA TAMBÉM: Mais de 900 crianças foram vítimas de abuso sexual por membros da Igreja Católica espanhola, aponta investigação Igreja católica nos EUA anuncia acordo de US$ 87,5 milhões para 300 vítimas de abuso sexual por padres